segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Violinista e Dona Onça


Conta-se que havia um violinista cuja competência em sua arte era inigualável. Certa vez, decidido a enfrentar novos desafios, propôs a si mesmo entrar em uma selva habitada por animais ferozes. Sua crença no poder de sua música assegurava-lhe que encantaria os animais, tocando-lhes seus corações e despertando o que de bom e melhor havia dentro de cada um deles.
As pessoas tentaram dissuadi-lo mas não conseguiram. E lá foi o violinista embrenhar-se no mato armado apenas de seu violino, sua arte e sua fé!
Estava no meio da floresta quando o leão o farejou. A fera ao farejar sua presa, veio correndo, correndo, correndo e quando ia desferir o bote fatal, ouviu o som que emanava do violino e encantado pela maestria do artista, aninhou-se ao lado dele para saborear as melodiosas notas musicais liberadas pelo violinista através de seu instrumento de trabalho.
Pouco depois, o tigre também farejou a refeição em potencial, também veio correndo, correndo, correndo e quando ia abocanhar sua presa, foi seduzido pelo som emitido pelo violino e também colocou-se ao lado do leão para contemplar a performance do violinista.
E assim sucessivamente, cada animal que avistava ou farejava o homem e seu violino, aproximava-se decidido a devorá-lo mas quando envolvido pelo som que tocava suas almas, apaziguavam seus ânimos superando os próprios instintos e acomodavam-se juntos aos outros para apreciar o show encantador apresentado pelo violinista.
E assim ia... até que a dona onça também passou por perto, também farejou o violinista e também veio correndo, correndo, correndo... passou por cima dos outros animais e... CRAU! Devorou o violinista e o violino, não sobrando absolutamente nada dos dois!
Os animais ficaram chocados com tamanha atrocidade e então o leão que era o rei daquela região mandou a hiena, sua porta-voz, tomar satisfações com a dona onça por seu ato impensado.
E a hiena indagou em alta voz em tom de repreensão:
- Dona onça.. dona onça.. Como pôde? Será que tamanha música não foi capaz de sensibilizá-la?
E a dona onça sem nada entender sobre o que acontecia ao seu redor, arregalou os olhos, colocou a pata em forma de concha próximo à orelha e exclamou:
- Ahn? Ahn? o que minha filha? Fala mais alto..!!!
Dona Onça era totalmente SURDA!!!
(É a melhor das músicas... só faz sentido... para quem é capaz de ouvi-las...!!!)

Amigo


Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio.
Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas. Entre elas uma menina de 8 anos, considerada em pior estado. Foi necessário chamar a ajuda por um rádio, e ao fim de algum tempo um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido ao traumatismo e a perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como?
Após vários testes rápidos, puderam perceber que ninguém ali possuía o tipo de sangue necessário. Reuniram as crianças e entre gesticulações, arranhadas no idioma tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quieto e com o olhar no teto.
Passado um momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso e ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra ala. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranqüilo.
A enfermeira então explicou aos americanos:
- Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia ter que dar TODO o seu sangue para a menina não morrer.
O médico se aproximou dele, e com a ajuda da enfermeira, perguntou-lhe:
- Mas, se era assim, por que então você se ofereceu a doar seu sangue para ela?
E o menino respondeu simplesmente:
- Ela era minha AMIGA!!!!

Amor, Fartura ou Sucesso


Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas sentados em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Depois de observar por algum tempo disse:
- Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor entrem e comam algo.
- O homem da casa está ? Perguntaram.
- Não, ela disse, está fora.
- Então não podemos entrar. Eles responderam.
A noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.
- Vá diga, que estou em casa e convide-os a entrar.
A mulher saiu e convidou-os a entrar.
- Não podemos entrar juntos. Responderam.
- Por que isto ? - Ela quis saber - Um dos velhos explicou-lhe :
- Seu nome é Fartura. Ele disse apontando um dos seus amigos e mostrando o outro, falou:
- Ele é o Sucesso e eu sou o Amor. E completou:
- Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa.
A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito. Ele ficou arrebatado e disse:
- Que bom! - ele disse. - Neste caso vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura.
A esposa discordou:
- Meu querido, por que não convidamos o Sucesso ?
A filha do casal que ouvia do outro canto da sala apresentou sua sugestão:
- Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa então estará cheia de Amor.
- Atentamos pelo conselho de nossa filha - disse o marido para a esposa – Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso convidado.
A mulher saiu e perguntou aos três homens:
- Qual de vocês é o Amor? Por favor entre e seja nosso convidado.
O Amor levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois levantaram-se e seguiram-no. Surpresa a senhora perguntou-lhes:
- Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram?
Os velhos homens responderam juntos :
- Se você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele. Onde há Amor, há também fartura e sucesso !!!

Árvore dos problemas


Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.
O pneu do seu carro furou. A serra elétrica quebrou. Cortou o dedo. E ao final do dia, o seu carro não funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa. Durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.
Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:
- Porque você tocou na planta antes de entrar em casa ???
- Ah! esta é a minha Árvore dos Problemas.
- Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa.
- Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta Árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte.
- E você quer saber de uma coisa?
- Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior.

Círculo dos 99


Era uma vez um Rei muito triste; que tinha um pajem, que como todo pajem de um Rei triste, era muito feliz. Todas as manhãs, o pajem chegava com o desjejum do seu Amo, sempre rindo e cantarolando alegres canções. O sorriso sempre desenhado em seu rosto, e a atitude para com a vida sempre serena e alegre. Um dia o Rei mandou chamá-lo:
-Pajem - disse o Rei - qual é o seu segredo?
-Qual segredo, Alteza?
-Qual o segredo da tua alegria?
-Não existe nenhum segredo, Majestade.
-Não minta, pajem...bem sabes que já mandei cortar muitas cabeças por ofensas menores do que a sua mentira!
-Mas não estou mentindo! Não guardo nenhum segredo.
-E por que estás sempre alegre e feliz?
-Majestade, eu não tenho razões para estar triste: muito me honra servir à Vossa Alteza, tenho minha esposa e meus filhos, e vivemos na casa que a Corte nos concedeu; somos vestidos e alimentados, e sempre recebo algumas moedas de prata para satisfazer alguns gostos... como não estar feliz?
-Se você não me disser agora mesmo qual é o seu segredo, mandarei decapitá-lo - disse o Rei. Ninguém pode ser feliz por essas razões que você me deu!
-Mas Majestade, não há nenhum segredo... Nada me satisfaria mais do que sanar a Vossa curiosidade, mas realmente não há nada que eu esteja escondendo.
-Vá embora daqui antes que eu chame os guardas.
O pajem sorriu, fez a habitual reverência e deixou o Rei em seus pensamentos. O Rei estava como louco. Não podia entender como o pajem poderia ser feliz vivendo em uma casa que não lhe pertencia, usando roupas de terceira mão e se alimentando dos restos dos cortesãos. Quando se acalmou mandou chamar o mais sábio de seus conselheiros, e lhe contou a conversa que tivera com o pajem pela manhã.
-Sábio, por que ele é feliz?
-Ah, Majestade! O que acontece é que ele está fora do Círculo...
-Fora do Círculo?
-Sim.
-E é isso o que faz dele uma pessoa feliz?
-Não, Majestade. Isso é o que não o faz infeliz...
-Vejamos se entendo: estar no Círculo sempre nos faz infelizes?
-Exato.
-E como ele saiu desse tal Círculo?
-Ele nunca entrou.
-Nunca entrou? Mas que Círculo é esse?
-É o Círculo dos 99...
-Realmente não entendo nada do que você me diz.
-A única maneira para que Vossa Alteza entenda seria mostrando pelos fatos.
-Como?
-Fazendo com que ele entre no Círculo.
-Isso! Então o obrigarei a entrar!
-Não, Alteza, ninguém pode ser obrigado a entrar...
-Então teremos que enganá-lo?
-Não será necessário... se lhe dermos a oportunidade, ele entrará por si mesmo.
-Por si mesmo? Mas ele não notará que isso acarretará sua infelicidade?
-Sim, mas mesmo assim entrará... Não poderá evitar!
-Me diz que ele saberá que isso será o passo para a infelicidade e que mesmo assim entrará?
-Sim. O senhor está disposto a perder um excelente pajem para compreender a estrutura do Círculo? -Sim.
-Então nesta noite passarei a buscar-lhe. Deves ter preparada uma bolsa de couro com 99 moedas de ouro. Mas devem ser exatas 99, nem uma a mais, nem uma a menos.
-O que mais? Devo levar escolta para proteger-nos?
-Nada mais do que a bolsa de couro, Majestade...
-Então vá. Nos vemos à noite.
Assim foi... Nessa noite o sábio buscou o Rei e juntos foram até os pátios do Palácio. Se esconderam próximo à casa do pajem, e lá aguardaram o primeiro sinal. Quando dentro da casa se acendeu a primeira vela, o sábio pegou a bolsa de couro e junto a ela atou um papel que dizia as seguintes palavras: "Este tesouro é teu. É o prêmio por ser um bom homem. Aproveite e não conte a ninguém como encontrou esta bolsa". Logo deixou a bolsa com o bilhete na porta da pajem. Golpeou uma vez e correu para esconder-se. Quando o pajem abriu a porta, o sábio e o Rei espiavam por entre as árvores para verem o que aconteceria. O pajem viu o embrulho à sua porta, olhou para os lados, leu o papel, agitou a bolsa e, ao escutar o som metálico, estremeceu dos pés à cabeça, apertou a bolsa contra o peito e rapidamente entrou em sua casa. O Rei e o sábio se aproximaram então da janela para presenciar a cena. O pajem havia despejado todo o conteúdo da bolsa sobre a mesa, deixando somente a vela para iluminar. Havia se sentado e seus olhos não podiam crer no que estavam vendo...Era uma montanha de moedas de ouro! Ele, que nunca havia tocado em uma dessas, de repente tinha um mote delas...Ele as tocava e amontoava, acariciava e fazia brilhar à luz da vela. Juntava e esparramava, fazendo pilhas... E assim, brincando, começou a fazer pilhas de 10 moedas. Uma, duas, três, 4, 5.... e enquanto isso somava 10, 20, 30, 40, 50... até que formou a última pilha... 99 moedas? Seu olhar percorreu a mesa primeiro, buscando uma moeda a mais, logo o chão e finalmente a bolsa. "Não pode ser" – pensou. Pôs a última pilha ao lado das outras 9 e notou que realmente esta era mais baixa.
-Me roubaram! Me roubaram – gritou. Uma vez mais procurou por todos os cantos, mas não encontrou o que achava estar faltando...Sobre a mesa, como que zombando dele, uma montanha resplandecia e lhe fazia lembrar que haviam SOMENTE 99 moedas."99 moedas... é muito dinheiro" – pensou.
-"Mas falta uma... Noventa e nove não é um número completo. 100 é, mas 99 não..."
O Rei e o sábio espiavam pela janela e viam que a cara do pajem já não era mais a mesma: ele estava com as sobrancelhas franzidas, a testa enrugada, os olhos pequenos e o olhar perdido... sua boca era uma enorme fenda, por onde apareciam os dentes que rangiam. O pajem guardou as moedas na bolsa, jogou o papel na lareira e olhando para todos os lados e constatar que ninguém havia presenciado a cena, escondeu a bolsa por entre a lenha. Pegou papel e pena e sentou-se a calcular. Quanto tempo teria que economizar para poder obter a moeda de número 100? O tempo todo o pajem falava em voz alta, sozinho...Estava disposto a trabalhar duro até conseguir. Depois, quem sabe, não precisaria mais trabalhar... com 100 moedas de ouro ninguém precisa trabalhar. Finalizou os cálculos. Se trabalhasse e economizasse seu salário e mais algum extra que recebesse, em 11 ou 12 anos conseguiria o necessário para comprar a última moeda." Mas 12 anos é tempo demais... Se eu pedisse à minha esposa que procurasse um emprego no vilarejo, e se eu mesmo trabalhasse à noite, em 7 anos conseguiríamos" - concluiu depois de refazer os cálculos.
"Mesmo sendo muito tempo, é isso o que teremos que fazer..."
O Rei e o sábio voltaram ao Palácio. Finalmente o pajem havia entrado para o Círculo dos 99!!! Durante os meses seguintes, o pajem seguiu seus planos conforme havia decidido naquela noite. Numa manhã, entrou nos aposentos reais com passos fortes, batendo nas portas, rangendo dentes e bufando com todo o mau humor típico dos últimos tempos...
-O que lhe acontece, pajem? - perguntou o Rei de bom grado.
-Nada, não acontece nada...
-Antigamente, não faz muito, você ria e cantava o tempo todo...
-Faço ou não o meu trabalho? O que Vossa Alteza esperava? Que além de pajem sou obrigado a estar sempre bem por que assim o deseja?
Não se passou muito e o Rei despediu o seu pajem, afinal, não era nada agradável para um Rei triste ter um pajem mau humorado o tempo todo...
Você, Eu e todos ao redor fomos educados nessa psicologia: sempre falta algo para estarmos completos, e somente completos podemos gozar do que temos. Portanto, nos ensinaram que a Felicidade deve esperar até estar completa com aquilo que falta. E como sempre falta algo, a idéia volta ao início e nunca se pode desfrutar plenamente da vida.
Mas, o que aconteceria se a Iluminação chegasse às nossas vidas e nos déssemos conta, assim, de repente, que nossas 99 moedas são os nossos 100%? Que nada nos faz falta? Que ninguém tomou aquilo que é nosso? Que não se é mais feliz por ter 100 e não 99 moedas? Que tudo é uma armadilha posta à nossa frente para que estejamos sempre cansados, mau humorados, desanimados, infelizes? Uma armadilha que nos faz empurrar cada vez mais e ainda assim tudo continue igual... eternamente iguais e insatisfeitos....
Quantas coisas mudariam se pudéssemos desfrutar de nosso tesouro tal como é! Se este é o seu problema, a solução para sua vida está em saber valorizar o que você tem ao seu redor, e não lamentar-se por aquilo que não tem ou que poderia ter...

Como se escreve


Quando Joey tinha somente cinco anos, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amavam. Joey desenhou a sua família. Depois, traçou um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras. Desejando escrever uma palavra acima do círculo, ele saiu de sua mesinha e foi até à mesa da professora e disse:
- Professora, como a gente escreve...? Ela não o deixou concluir a pergunta. Mandou-o voltar para o seu lugar e não se atrever mais a interromper a aula.
Joey dobrou o papel e o guardou no bolso. Quando retornou para sua casa, naquele dia, ele se lembrou do desenho e o tirou do bolso. Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até sua mochila, pegou um lápis e olhou para o grande círculo vermelho.
Sua mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia, para a mesa. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse.
- Mamãe, como a gente escreve...?
- Menino, não dá para ver que estou ocupada agora? Vá brincar lá fora. E não bata a porta, foi a resposta dela. Ele dobrou o desenho e o guardou no bolso.
Naquela noite, ele tirou outra vez o desenho do bolso. Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou o lápis. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para seu pai. Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do seu pai e disse .
- Papai, como a gente escreve...?
- Joey, estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora. E não bata a porta. O garoto dobrou o desenho e o guardou no bolso. No dia seguinte, quando sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça do filho enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude. Todos os tesouros que ele catara enquanto brincava fora de casa. Ela nem abriu o papel. Atirou tudo no lixo.
Os anos passaram...
Quando Joey tinha 28 anos, sua filha de cinco anos, Annie fez um desenho. Era o desenho de sua família. O pai riu quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e ela disse.
- Este aqui é você, papai! A garota também riu. O pai olhou para o grande círculo vermelho feito por sua filha, ao redor das figuras e lentamente começou a passar o dedo sobre o círculo.
Annie desceu rapidamente do colo do pai e avisou: eu volto logo! E voltou. Com um lápis na mão. Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou.
- Papai, como a gente escreve amor? Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia: amor, querida, amor se escreve com as letras T...E...M...P...O (TEMPO).
Conjugue o verbo amar todo o tempo. Use o seu tempo para amar. Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive.
Não espere seu filho ter que descobrir sozinho como se soletra amor, família, afeição.
Por fim, lembre: se você não tiver tempo para amar, crie.
Afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo...bom, o tempo é uma questão de escolha.

Desejo a você


Fruto do mato, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor, sábado com seu amor, filme do Carlitos, chope com amigos, crônica de Rubem Braga, viver sem inimigos, filme antigo na TV, ter uma pessoa especial e que ela goste de você.
Música de Tom com letra de Chico, frango caipira em pensão do interior, ouvir uma palavra amável, ter uma surpresa agradável, ver a banda passar.
Noite de lua cheia, rever uma velha amizade, ter fé em Deus... Não ter que ouvir a palavra não nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança, ouvir canto de passarinho, sarar de resfriado, escrever um poema de amor, que nunca será rasgado.
Formar um par ideal, tomar banho de cachoeira, pegar um bronzeado legal, aprender uma nova canção... Esperar alguém na estação.
Queijo com goiabada, por-do-sol na roça... Uma festa, um violão, uma seresta. Recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo, bater palmas de alegria.
Uma tarde amena, calçar um velho chinelo, sentar numa velha poltrona, tocar violão para alguém, ouvir a chuva no telhado, vinho branco, Bolero de Ravel e ...
...muito carinho meu.

De olho nas metas


Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas. Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.
Então ele começou a ficar desanimado e pensou: "jamais vou conseguir terminar minha viagem! É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!". Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.
Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.
Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.

Decisão, Renovação e Vitória


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.
Aos 40 anos ela está com: as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Então, a águia só tem duas alternativas: morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.
Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

Ecos da vida


Um filho e um pai caminham por uma montanha de repente, o menino cai , se machuca e grita:
- Aii!!!
Para sua surpresa, escuta sua voz se repetir em algum lugar da montanha.
Curioso o menino pergunta:
- Quem é você?
E recebe uma resposta:
- Quem é você?
Contrariado grita:
- Seu covarde!
E escuta como resposta:
- Seu covarde!
O menino olha para o pai e pergunta aflito:
- O que é isso?
O pai sorri e fala:
- Meu filho preste atenção.
Então o pai grita em direção da montanha
- Eu admiro você!
A voz responde:
- Eu admiro você!
De novo o homem grita:
- Você é um campeão!
E a voz responde :
- Você é um campeão!
O menino fica espantado e não entende então o pai explica:
- As pessoas chamam de ECO, mas, na verdade, isso é vida. A vida lhe dá de volta tudo o que você diz, tudo o que você deseja de bem e mau aos outros. A vida lhe devolverá toda blasfêmia, inveja, incompreensão, falta de honestidade, que você desejou, praguejou as pessoas que lhe cercam.
Nossa vida é simplesmente um reflexo das nossas ações. Se você quer mais amor, compreensão, sucesso, harmonia, felicidade, crie mais amor, harmonia compreensão, no seu coração.
Se agir assim, a VIDA lhe dará FELICIDADE, SUCESSO, AMOR das pessoas que lhe cercam.

Eis a questão


Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.
Seu pai, um "chef", levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café.
Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em um prato. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma caneca. Virando-se para ela, perguntou:
"Querida, o que você está vendo?"
"Cenouras, ovos e café," ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras.
Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.
Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse.
Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.
Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café.
Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.
Ela perguntou humildemente "O que isto significa, pai?"
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.
A cenoura entrara forte, firme e inflexível.
Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas após terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rijo. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora jogado na água fervente, ele havia mudado a água.
"Qual deles é você?" ele perguntou a sua filha.
"Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde?
Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?"
E você? Com quem mais parece?
Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força?
Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis?
Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores. Como você lida com a adversidade?
Você é do tipo cenoura, ovo ou café?

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Uma pescaria inesquecível


Ele tinha onze anos e, cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.
O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
Você tem que devolvê-lo, filho!
Mas, papai, reclamou o menino.
Vai aparecer outro, insistiu o pai.
Não tão grande quanto este, choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.
Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele momento, o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe repetidamente todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado.
Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos vendo.
Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.
A história valoriza não como se consegue ludibriar as regras, mas como, dentro delas, é possível fazer a coisa certa.
A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.

Dona Felicidade


Dizem que Dona Felicidade mora longe dos sonhadores, mas não é verdade não! Dona Felicidade mora sempre onde colocamos os nossos sonhos. Uns, colocam seus sonhos em lugares muito altos, imaginam que ser feliz é possuir tudo, outros, já calejados pela vida e pelas lutas do dia a dia, aprenderam a colocar seus sonhos em lugares próximos, buscando realizar apenas um sonho de cada vez.
Dona Felicidade, ao contrário do que dizem as más línguas, não é exigente, não é "madame esnobe" que se esconde do povo, pelo contrário, Dona Felicidade é simples e muito humilde, é tão simples e tão humilde que as vezes está bem na nossa cara e não a enxergamos.
Quantas pessoas passam uma vida inteira procurando por ela e ela está bem na frente de seus narizes. Mas, tem uma coisa, Dona Felicidade exige que cada pessoa que deseja realmente encontrá-la, vá pessoalmente procurá-la, aí daqueles que entregam a sua felicidade na mão dos outros, aí daqueles que esperam que outras pessoas venham trazer a felicidade para suas vidas.
Pobre daqueles que investem as suas vidas em tentar mudar alguém, em consertar uma pessoa, em julgar outras... Dona Felicidade está sentada à sua frente, está pertinho de você, basta enxergar a vida com a lente da simplicidade, dar o primeiro sorriso (afinal Dona Felicidade é muito alegre), dar o primeiro passo para se libertar de qualquer tipo de escravidão (Dona Felicidade é a própria liberdade), parar de ser a vítima infeliz (Dona Felicidade não acredita em vítimas, acredita em ação e reação).
Por fim, Dona Felicidade manda um recado para você que por qualquer motivo esteja sofrendo, esteja triste, desanimado da vida "o tempo é o melhor remédio e melhor conselheiro" para qualquer situação, não julgue, deixe o tempo trazer a resposta.
Enquanto isso, lute pela sua felicidade, lembre-se que você é a parte mais importante de sua vida e muito importante para a própria vida.
Sorria!

A canoa e o apego


Nasrudin estava na margem de um rio e queria passar para o outro lado. A correnteza era muito forte e seria impossível atravessá-lo a nado.
Foi quando Nasrudin viu uma pequena canoa presa na vegetação ribeirinha. Rapidamente colocou o bote n'água e pôs-se a remar para o outro lado. Com a ajuda da canoa, ele rapidamente atingiu a outra margem. Assim que botou os pés em terra firme, pegou a canoa, colocou-a nas costas e partiu em direção à floresta.
Algumas pessoas que haviam observado toda a cena, ficaram espantados com aquela atitude inesperada de Nasrudin. Eles foram e lhe perguntaram: "Por que você colocou a canoa nas costas? De que ela lhe servirá agora que você já atravessou o rio?"
Nasrudin então, já um vermelho, suado e cansado do esforço em carregar a embarcação nas costas, lhes respondeu: "Essa canoa me ajudou muito a atravessar o rio. Eu não posso abandoná-la. Espero que agora ela me ajude também a atravessar a floresta."
Assim somos nós. Ficamos apegados ao passado e o transformamos em um pesado fardo em nossas vidas.

Educação

Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado. 

Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza trucidando-a rapidamente. 

A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão. O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu. Logo ergueu-se e se pôs a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco. Então, e somente então, Licurgo falou;

"Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães." "A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação." E prosseguiu vivamente o seu discurso dizendo das excelências do processo educativo. 

"A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo." "Eduquemos nosso filho, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores."

Você sabia? Que Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no século quarto antes de Cristo? E que o verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro? Percebe-se, portanto, que:

A educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança de bela e perfumada flor.

O zelador da fonte


Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.
O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca. Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.
Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.
Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente. Um dos membros do conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.
E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. Seu discurso a todos convenceu.
O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.
Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.
Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam. Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.
O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte. Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.
Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores. Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas. Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos. Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa. Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los. Mas, sem seu trabalho o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.
O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável. Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá. Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!

O rouxinol e a rosa


Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim. No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim. Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela. O Rouxinol, comia os farelos,acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele. Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.
O jovem um dia se apaixonou. Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma Rosa vermelha. O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma Rosa para ofertar a sua amada. Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas. Elas estavam fora de época, era impossível consegui-las, naquela estação.O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor.
Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou:
- Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar- lhe a vida!
- Não importa respondeu a ave. O que devo fazer?
- Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar.
- Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!
Quando escureceu, o Rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor.Um grande espinho, começou a entrar no peito do Rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito. O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!
Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu.
Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a Rosa.
Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse:
- Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos, pelo menos agora dormirei melhor, sem ter que escutar seu canto chato.
Moral da história: Cada um, dá o que tem no coração,
cada um recebe com o coração que tem.....

Fuga


Num deste dias agitados, em que se tem mil coisas diferentes para fazer, encontramos Justin, o filho de quatro anos de idade de um jovem casal.
O garoto não parava de fazer bagunça, e depois de ouvir seu pai pedir por várias vezes para que sossegasse um pouco, acabou ficando de castigo no canto da sala.
Justin chorou, esperneou, emburrou e finalmente disse:
- "Vou fugir de casa."
A primeira reação da mãe foi de surpresa que, irritada, falou:
- "Ah, vai?"
Quando ela virou-se e o olhou, ele parecia um anjo, tão pequeno, encolhido ali no canto, com um ar tão triste...
Ela decidiu largar tudo que estava fazendo e parou. Com o coração partido, ela lembrou-se de uma passagem de sua própria infância, quando ela também quis fugir de casa porque se sentia rejeitada e incompreendida.
Ela sabia que ao anunciar "vou fugir da casa", Justin estava dizendo: "por favor, prestem mais atenção em mim. Eu também sou importante. Por favor, façam com que eu me sinta desejado e amado incondicionalmente."
- "Tudo bem, Justin, você vai poder fugir de casa", falou a mãe baixinho para ele, enquanto começava a pegar umas roupas em seu armário e colocar numa sacola.
- "Mamãe", ele perguntou, "o que você está fazendo?"
Ela assim respondeu:
- "Se você vai fugir de casa, então mamãe vai com você, porque não quero ver você sozinho nunca. Gosto muito de você, Justin."
Ela então o abraçou, e ele perguntou, surpreso:
- "Por que você quer ir comigo?"
Ela olhou-o com carinho e disse:
"Porque eu gosto muito de você e vou ficar muito, muito triste se você for embora. E também quero tomar conta de você para que nada de mal aconteça."
- "Papai também pode ir?" perguntou ele, com uma voz acanhada.
- "Não, papai tem que ficar com seus irmãos, e papai tem de trabalhar e tomar conta da casa quando nós não estivermos aqui."
- "O meu hamster pode ir?"
- "Não, ele também tem que ficar aqui."
Justin parou um instante para pensar e disse:
- "Mamãe, podemos ficar em casa?"
- "Claro, Justin, podemos ficar em casa."
- "Mamãe!" disse ele suavemente.
- "O que é Justin?"
- "Eu amo você."
- "Eu amo você também, querido, muito, muito, muito. Que tal me ajudar a fazer pipoca?"
- "Oba! Tudo bem." - e lá se foi Justin com sua mãe.
Naquele instante ela se deu conta da maravilhosa dádiva que é ser mãe. De como somos fundamentais quando levamos a sério a responsabilidade sagrada de ajudar uma criança a desenvolver o sentido de segurança e o amor-próprio.
Abraçando Justin, ela percebeu que em seus braços tinha o tesouro inestimável da infância, uma pessoinha que dependia do amor e segurança que recebesse, do atendimento de suas necessidades, do reconhecimento de suas características únicas para tornar-se um adulto feliz.
Ela aprendeu que, como mãe, jamais deve "fugir" da oportunidade de mostrar aos seus filhos que eles são amados, desejados e importantes -o presente mais precioso que Deus lhe deu.

O covarde, o corajoso e o ganancioso


Um homem que vivia perto de um cemitério, uma noite, ouviu uma voz que o chamava de uma sepultura. Sendo covarde demais para, sozinho, investigar o que se passava, confiou o ocorrido a um corajoso amigo que, após estudar o local de onde saíra a voz, resolveu vir, à noite, para ver o que aconteceria.
Anoiteceu. Enquanto o covarde tremulava de medo, seu amigo foi ao cemitério e ouviu a mesma voz saindo de uma sepultura. O amigo perguntou à voz quem era e o que desejava. A voz, vinda de baixo, respondeu : "Sou um tesouro oculto e decidi dar-me a alguém. Eu me ofereci a um homem ontem à noite, mas ele era tão medroso que não veio me buscar; por isso dou-me a você que é merecedor. Amanhã de manhã, irei à sua casa com meus sete seguidores."
O homem corajoso disse : "Estarei esperando por vocês, mas, por favor, diga-me como devo tratá-los." A voz replicou : "Iremos vestidos de monge. Tenha uma sala pronta para nós, com água; lave o seu corpo, limpe a sala e tenha oito cadeiras e oito tigelas de sopa para nós. Após a refeição, você deverá conduzir a cada um de nós a um quarto fechado, no qual nos transformaremos em potes cheios de ouro."
Na manhã seguinte, o homem lavou o corpo e limpou a sala, como lhe fora ordenado, e ficou à espera dos oito monges. À hora aprazada, eles apareceram, sendo cortesmente recebidos pelo homem. Depois que tomaram a sopa, ele os conduziu um por um ao quarto fechado, onde cada monge se transformou em um pote cheio de ouro.
Um homem muito ganancioso que vivia naquela mesma aldeia, ao tomar conhecimento do incidente, desejou ter os potes de ouro. Para tanto, convidou oito monges para virem até sua casa. Depois que eles tomaram a refeição, o ganancioso, esperando obter o almejado tesouro, conduziu-os a um quarto fechado. Entretanto, ao invés de se transformarem em potes de ouro, os monges se enfureceram e denunciaram o ganancioso à polícia que o prendeu.
Quanto ao covarde, quando ouviu que a voz da sepultura havia trazido riqueza ao seu corajoso amigo, foi até a casa dele e avidamente lhe pediu o ouro, insistindo que era seu, porque a voz foi dirigida primeiramente a ele. Quando o medroso tentou pegar os potes, neles encontrou apenas cobras, erguendo as cabeças prontas para atacá-lo.
O rei, tomando conhecimento desse fato, determinou que os potes pertenciam ao homem corajoso, e proferiu a seguinte observação : "Assim se passa com tudo neste mundo. Os tolos cobiçam apenas os bons resultados, mas são covardes demais para procurá-los, e por isso, estão continuamente falhando."

A mochila e as pedras


Um fervoroso devoto estava atravessando uma fase muito penosa de sua vida, com graves problemas de saúde em família e sérias dificuldades financeiras. Por isso orava diariamente pedindo que o livrassem de tamanhas atribulações.
Um dia, enquanto fazia suas preces, um anjo lhe apareceu, trazendo-lhe uma mochila e a seguinte mensagem:
O Senhor se compadeceu da sua situação e lhe manda dizer que é para você colocar nesta mochila o máximo de pedras que conseguir, e carregá-la com você, em suas costas, por um ano, sem tirá-la por um instante sequer. Manda também lhe dizer que, se você fizer isso, no final desse tempo, ao abrir a mochila, terá uma grande alegria. E desapareceu, deixando o homem bastante confuso e revoltado.
"Como pode o Senhor brincar comigo dessa maneira? Eu oro sem cessar, pedindo a Sua ajuda, e Ele me manda carregar pedras?" Já não me bastam os tormentos e provações que estou vivendo? "Pensava o devoto. Mas, ao contar para sua mulher a estranha ordem que recebera do Senhor, ela lhe disse que talvez fosse prudente seguir as determinações dos Céus, e concluiu dizendo:
Deus sempre sabe o que faz...
O homem estava decidido a não fazer o que o Senhor lhe ordenara, mas, por via das dúvidas resolveu cumpri-la em parte, após ouvir a recomendação da sua mulher. Assim, colocou duas pedras pequenas, dentro da mochila e carregou-a nas costas por longos doze meses.
Findo esse tempo, na data marcada, mal se contendo de tanta curiosidade, abriu a mochila conforme as ordens do Senhor e descobriu que as duas pedras que carregara nas costas por um ano inteiro tinham se transformado em pepitas de ouro... , apenas duas pequenas pepitas.
Todos os episódios que vivemos na vida, inclusive os piores e mais duros de se suportar, são sempre extraordinárias e maravilhosas fontes de crescimento.
Temendo a dor, a maioria se recusa a enfrentar desafios, a partir para novas direções, a sair do lugar comum, da mesmice de sempre.
Temendo o peso e o cansaço, a maioria faz tudo para evitar situações novas, embaraçosas, que envolvam qualquer tipo de conflito.
Mas aqueles que encaram para valer as situações que a vida propõe, aqueles que resolvem "carregar as pedras", ao invés de evitá-las, negá-las ou esquivar-se delas, esses alcançam a plenitude do viver e transformam, com o tempo, o peso das pedras que transportaram em peso de sabedoria.
Como está sua mochila?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Escola das fadas


Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola de fadas. Conta-se que naquele tempo, antes de se tornarem fadas de verdade, as fadinhas passavam por um estágio.
Durante um certo período, elas saíam em duplas para fazer o bem e no final de cada dia apresentavam à fada mestre, um relatório das boas ações praticadas. Aconteceu então, um dia, que duas fadinhas estagiárias, depois de vagarem exaustivamente por todos os cantos, regressavam frustradas por não terem podido praticar nenhum tipo de salvamento sequer. Parece que naquele dia, bruxas e dragões, estavam todos de folga. Enquanto voltavam tristes, as duas se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. Neste momento, uma delas, dando um grito de alegria, disse para a outra.
- Tive uma idéia! Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por quinze minutos para ver o que eles fariam?
A outra respondeu:
- Você ficou maluca? A fada mestra não vai gostar nada disto!
A primeira retrucou:
- Que nada, acho que ela até vai gostar! Vamos fazer isto e depois contaremos para ela.
E assim fizeram. Tocaram suas varinhas invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los. Poucos passos adiante eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes. Um deles, após alguns passos depois de terem se separado, viu um bando de pássaros voando em direção à sua lavoura, e passando a mão na testa suada disse:
- Por favor meus passarinhos, não comam toda a minha plantação. Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento.
Naquele momento, ele viu espantado a lavoura crescer e ficar pronta para ser colhida em questão de segundos. Assustado, ele esfregou os olhos e pensou:
- Devo estar cansado - e acelerou o passo.
Aconteceu que logo adiante ele caiu ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro. Mais uma vez, esfregando a testa ele disse:
- Você fugiu de novo meu porquinho! Mas, a culpa é minha, eu ainda vou construir um chiqueiro decente para você.
Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor, todo azulejado, com água corrente e o porquinho já instalado no seu compartimento. Esfregou novamente os olhos e apressando ainda mais o passo disse mentalmente:
- Estou muito cansado! Neste momento ele chegou em casa e, ao abrir porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça. Ele então tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse:
- De novo, e o pior é que eu não aprendo. Também, não tem me sobrado tempo. Mas ainda hei de ter dinheiro para construir uma grande casa em dar um pouco mais de conforto para minha mulher.
Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos. Assustadíssimo, e sem nada entender, convicto de que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou numa enorme poltrona que estava na sua frente e, em segundos, estava dormindo profundamente. Não houve tempo sequer para que ele tivesse algum sonho. Minutos depois ele foi despertado pelos gritos do amigo que dizia desesperado:
- Socorro compadre! Me ajude! Eu estou perdido!
Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele se levantou correndo. Tinha na mente, imagens muito fortes de algo que ele não entendia bem, mas parecia um sonho. Quando ele chegou na porta, encontrou o amigo em prantos. Ele se lembrava que poucos minutos antes eles se despediram no caminho e estava tudo bem. Então perguntando o que havia se passado ele ouviu a seguinte estória:
- Compadre nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa, acontece que poucos passos adiante, eu vi um bando de pássaros voando em direção à minha lavoura. Este fato me deixou revoltado e eu gritei:
- Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo e vocês morram de fome! Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem diante dos meus olhos! Pensei comigo, devo estar cansado, e apressei o passo. Andei um pouco mais e cai depois de tropeçar no meu porco que havia fugido do chiqueiro. Fiquei muito bravo e gritei mais uma vez:
- Você fugiu de novo? Por que não morre logo e pára de me dar trabalho?
Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente. Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e ao entrar em casa, me caiu na cabeça a tranca da porta. Naquele momento, como eu já estava mesmo era com raiva, gritei novamente: - Esta casa... Caindo aos pedaços, por que não pega fogo logo e acaba com isto?... Para surpresa minha compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer! Mas... compadre, o que aconteceu com a sua casa?... De onde veio esta mansão?
Depois de tudo observarem, as duas fadinhas foram correndo muito assustadas contar para a fada mestra o que havia se passado. Estavam muito apreensivas quanto ao tipo de reação que a fada mestra teria. Mas tiveram uma grande surpresa. A fada mestra ouviu com muita atenção o relato, parabenizou as duas pela idéia brilhante que haviam tido, e resolveu decretar que a partir daquele momento, todo ser humano teria 15 minutos de poder ao longo da vida. Só que, ninguém jamais saberia quando estes 15 minutos de poder estariam acontecendo.
Muito cuidado com tudo o que diz, age e pensa.

Pessoas são um presente


Pessoas são um presente. Algumas têm um embrulho bonito como os presentes de Natal, Páscoa ou festa de aniversário. Outros vêm em embalagem comum. E há as que ficam machucadas no correio...
Algumas trazem invólucros fáceis. De outras é dificílimo, quase impossível tirar a embalagem. É fita durex que não acaba mais.
Mas... A embalagem não é o presente. E tantas pessoas se enganam confundindo a embalagem com o presente.
Por que será que alguns presentes são complicados para a gente abrir? Talvez porque dentro da bonita embalagem haja pouco valor. E bastante vazio, bastante solidão ... A decepção seria grande.
Também você meu amigo. Também eu, somos um presente para os outros. Você para mim. Eu para você.
Triste se somos apenas um presente embalagem: muito bem empacotado e quase nada lá dentro!
Quando existe verdadeiro encontro com alguém, no diálogo, na abertura, na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes.
Nos verdadeiros encontros de fraternidade, acontecem coisas muito comoventes e essenciais: mutuamente nos vamos desembrulhando, desempacotando, revelando.