quinta-feira, 31 de maio de 2012

O poder das palavras


Um orador fala do poder do pensamento positivo e das palavras.
Um participante levanta a mão e diz:
"Não é porque eu vou dizer felicidade, felicidade, felicidade! que me irei sentir melhor e não é porque eu vou dizer desgraça, desgraça, desgraça! que me irei sentir menos bem: não são mais que palavras. As palavras são isso mesmo, sem poder..."
O orador responde:
"Cale-se, seu idiota, é incapaz de compreender o que quer que seja!"
O participante está paralisado, ele muda de cor e prepara-se para replicar agressivamente: "Você, espécie de..."
O orador levanta a mão: "Peço que me desculpe. Eu não quero magoar. Peço que aceite as minhas sinceras desculpas."
O participante acalma-se.
Os outros participantes murmuram e há agitação na sala.
O orador intervém:
"Têm a resposta à questão que puseram: algumas palavras desencadeiam dentro de voces raiva e cólera. Outras acalmam. Compreendem melhor o poder das palavras?"

O jovem mensageiro


Um jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada...
- Cuida do mais importante e cumprirás a missão! Disse o soberano ao despedir-se. Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada à cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco preocupava-se em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.
- Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal - disse alguém.
- Não me importo - respondeu ele.
- Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará.
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportando mais os maus tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente amaldiçoou-o e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muito distantes uma das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: "Cuida do mais importante!" Seu passo tornou-se curto e lento. As paradas eram freqüentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, encontrou-o e cuidou dele.
Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera.
- "Porém, majestade, conforme me recomendaste, "Cuida do mais importante", aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer!"
O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
"Ao meu irmão, rei da terra do Norte! O jovem que te envio é candidato a casar-se com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e a força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido, nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha e nem àqueles que o servem".

Algumas gotas de óleo lubrificante


Num quarto modesto, o doente grave pedia silêncio.
Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava.
O momento solicitava quietude, mas não era oportuno para a reparação adequada.
Com a passagem do médico, a porta rangia, nas idas e vindas do enfermeiro, no trânsito dos familiares e amigos, eis a porta a chiar, estridente.
Aquela circunstância trazia, ao enfermo e a todos que lhe prestavam assistência e carinho, verdadeira guerra de nervos.
Contudo, depois de várias horas de incômodo, chegou um vizinho e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na velha dobradiça e a porta silenciou, tranqüila e obediente.

A lição é singela, mas muito expressiva.
Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer.
São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente.
São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos...
Entretanto, na maioria dos casos nós podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das discórdias.
Basta que lembremos do recurso infalível de algumas gotas de compreensão e a situação muda.
Algumas gotas de perdão acabam de imediato com o chiado das discussões mais calorosas.
Gotas de paciência no momento oportuno podem evitar grandes dissabores.
Poucas gotas de carinho, penetram as barreiras mais sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares.
Algumas gotas de solidariedade e fraternidade podem conter uma guerra de muitos anos.
É com algumas gotas de amor que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda.
São as gotas de puro afeto que penetram e dulcificam as almas ressecadas de esposas e esposos, ajudando na manutenção da convivência duradoura.
Nas relações de amizade, por vezes, algumas gotas de afeição são suficientes para lubrificar as engrenagens e evitar os ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.
Dessa forma, quando você perceber que as dobradiças das relações estão fazendo barulho inconveniente, não espere que o vizinho venha solucionar o problema.
Lembre-se que você poderá silenciar qualquer discórdia lançando mão do óleo lubrificante do amor, útil em qualquer circunstância, e sem contra-indicação.
Não é preciso grandes virtudes para lograr êxito nessa empreitada.
Basta agir com sabedoria e bom senso.
Às vezes, são necessárias apenas algumas gotas de silêncio para conter o ruído desagradável de uma discussão infeliz.
E se você é daqueles que pensa que os pequenos gestos nada significam,
lembre-se de que as grandes montanhas são constituídas de pequenos grãos.

O enigma da alma gêmea

Um discípulo e seu guru estavam sentados à sombra de uma figueira. 
O mestre perguntou ao discípulo: 
- O que o perturba, meu filho? 
- Ainda bem que perguntas, ó mestre. Sinto que é chegado o momento de eu partir a procura de minha alma gêmea, aquela que haverá de ser minha parceira perfeita, a mais linda mulher do Universo.
O mestre disse:
- Assim seja, meu filho, mas lembra-te: quando tua busca terminar, volta aqui com ela.
- Sem dúvida, mestre. Decerto será assim.
Muitos anos depois, o discípulo regressou ao ashram, sozinho e desanimado.
Quando se encontraram, o mestre o acolheu calorosamente e perguntou-lhe sobre a sua busca:
- Encontraste aquela que procuravas?
- Sim, querido mestre, encontrei. Encontrei aquela com quem sonhava. Era na verdade uma perfeição de sonho, era a mulher perfeita...
- Bem, filho, onde está ela?
- Ah, mestre, que tristeza! Ela estava a procura do homem perfeito!!!

A outra janela

A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação. 
Com pesar observava atenta o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. 
A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também. 
O avô que observava a neta, aproximou-se e a envolveu em um abraço e falou-lhe com serenidade: 
- Triste a cena, não é verdade? 
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância. 
No entanto, o avô que desejava confortá-la chamou-lhe a atenção para outra realidade. 
Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada no lado oposto da ampla sala. 
Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido a sua frente e perguntou-lhe carinhosamente: 
- Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali a frente? 
- Lembra que você me ajudou a plantá-lo? 
- Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.
O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor falou-lhe com afeto: 
- Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. 
Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente. 
Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia que não vale a pena sofrer diante de quadros que não podemos alterar. 
São experiências valiosas da vida, das quais devemos tirar lições oportunas sem nos deixar tragar pelo desespero e revolta que só infelicitam. 
A nossa visão do mundo é muito limitada. 
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem tantas outras janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias. 
Não se permita contemplar a janela da dor. 
Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição. 
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver.

Conflito de gerações


Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:
1) "Nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."
2) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
3) "Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
4) "Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases. Revelou, então, a origem delas:
- A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.).
- A segunda é de Hesíodo (720 a.C.).
- A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.
- E a quarta estava escrita em um vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilônia (atual Bagdá) e tem mais de 4000 anos de existência.
Donde conclui-se, portanto, que: NADA MUDOU!

Sua vez, vovô...


Da Europa em guerra, conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.
Se conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô.
Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.
- "Deixem-me", falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu."
Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.
Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio.
Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:
- "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos."
- "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir", falou com entusiasmo o filho.
- "Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui."
O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:
- "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê."
O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou.
- "Claro", falou, "é a minha vez. Passem-me o bebê."
Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.
- "Vamos", disse, com determinação. "Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando." O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.
Se alguém a seu lado, está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta. Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.
Ninguém é substituível. Cada criatura é única e tem seu próprio valor. Uma tarefa pode ser desempenhada por qualquer pessoa, mas uma pessoa jamais substituirá a outra. Não permita que alguém fique à margem do caminho somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.

Sopa de pedra


Contam que havia nos cafundós do sertão nordestino - em tempos que já se foram - um vigário que costumava percorrer a caatinga, montado num jumento ferrado e guarda-sol aberto, a fim de levar a palavra de Deus aos mais distantes fiéis.
Certa vez, já anoitecia, quando seu vigário, sem abrigo e alimento, conseguiu chegar a uma casa. Sem mais demora, pediu que lhe dessem algo para comer. Entretanto, o pedido do padre andarilho, foi, prontamente, negado. Sem perder a calma e de maneira cortês, pediu, então, apenas um pouco d'água para fazer uma sopa de pedra.
Curiosos, os moradores deixaram-no entrar e deram-lhe uma panela de água, na qual, o padre colocou uma pequena pedra lavada e levou a panela ao fogo.
- Isso com um bocadinho de sal seria um ótimo consolo - disse o vigário.
E deram-lhe o sal.
- Ora, bem que uns feijões aqui e ali viriam a calhar - teimava o padre.
E deram-lhe uns feijões.
- Para ter mais sabor, um pedacinho de toucinho, seria o ideal.
E deram-lhe o toucinho.
Assim, ele acrescentou ainda um fio de azeite, umas couves da horta, batata, alho e cebola, até que a sopa ficou um primor e foi consumida até a última gota.
Terminada a janta, seu vigário, muito do bonachão, retirou a pedra da panela, lavou-a, e guardou novamente na sua algibeira, para outras sopas de pedra. Tocou no crucifixo que trazia no peito e disse aos moradores:
- Inté logo, meus filhos! Deus os abençoe!
E foi procurar abrigo noutra casa.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Inocentes prisioneiros


O sábio rei Weng pediu para visitar a prisão de seu palácio. E começou a escutar as queixas dos presos.
- Sou inocente, dizia um acusado de homicídio, vim para cá porque quiz assustar minha mulher, e sem querer a matei.
Outro dizia:
- Me acusaram de suborno, mas tudo que fiz foi aceitar um presente que me ofereciam.
Todos os presos clamaram inocência ao rei Weng. Até que um deles, um rapaz de pouco mais de vinte anos, disse:
- Sou culpado. Feri meu irmão numa briga e mereço o castigo. Este lugar me faz refletir sobre o mal que causei.
O rei imediatamente chamou os guardas e ordenou:
- Expulsem este criminoso da prisão imediatamente! Com tantos inocentes aqui ele terminará por corrompê-los!

O capitão e o marinheiro


Um capitão, ainda bastante jovem, tinha acabado de se formar na escola de oficiais da marinha e estava servindo num grande navio de guerra: a nau capitânia. Sua frota estava fazendo exercícios num arquipélago, em meio a milhares de ilhas. Eles já estavam chegando no final do dia, o tempo estava péssimo, com névoa densa e a visibilidade muito ruim. Essa nau capitânia transportava o almirante que estava comandando os exercícios e o oficial que estava servindo no posto de comando. Num certo momento, o vigia contou para o comandante que havia uma luz piscando do lado direito. O comandante perguntou se a luz estava constante ou em movimento. Se estivesse constante, estaria numa rota de colisão com o navio. O vigia confirmou que a luz estava parada e num curso de colisão. O comandante mandou uma mensagem diretamente para o suposto navio informando que estava num curso de colisão e que seria necessário mudar o curso em 20°, imediatamente. A seguinte mensagem voltou:
"É melhor vocês mudarem seu curso imediatamente."
O capitão pensou que a tripulação do outro navio não sabia quem ele era e transmitiu outra mensagem:
"Eu sou um capitão, favor mudar seu curso em 20°."
Voltou uma outra mensagem:
"Eu sou marinheiro de segunda classe, favor mudar seu curso, Senhor."
O comandante ficou enfurecido e enviou sua mensagem final:
"Somos a nau capitânia da frota. Não podemos manobrar tão rápido. Mude seu curso imediatamente em 20°. Isto é uma ordem!"
Esta foi a mensagem que retornou:
"Senhor, aqui é um farol."

Jogo de damas


Num remoto vilarejo da Europa oriental, num dos dias de Chanuká, um respeitado rabino entrou na casa de estudos, num momento em que não o esperavam e encontrou seus discípulos jogando o jogo de damas, quando deveriam estar estudando as leis sagradas, como era o costume naqueles tempos.
Quando viram o Mestre ficaram confusos sem saber o que fazer. Pararam o jogo imediatamente. Um dos discípulos, envergonhado, tentou desculpar-se.
"Nos perdoe, Mestre. Apenas queríamos nos distrair um pouco!"
O velho fez um gesto bondoso e perguntou:
"Vocês conhecem as regras do jogo de damas?"
Como ninguém respondeu, ele mesmo tratou de responder:

"Vou lhes dizer quais são as regras. 
A primeira é que não se podem fazer duas jogadas por vez. 
A segunda, que somente se pode mover para frente e não para trás. 
A terceira, que quando se chega lá na última fila, você está livre para ir aonde quiser. 
Vocês estão aprendendo lições muito importantes sobre a nossa existência. 
Prossigam em seu jogo, por favor, prossigam!"

Três pedreiros


Uma vez um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um importante projeto. O viajante, aproximou-se curioso. Perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê? Respondeu o pedreiro. Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas eu não suporto mais este trabalho, concluiu.
Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta .
Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
O viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo?
Este respondeu: Estou construindo uma Catedral!
Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo trabalho. Cada um manifestou sua própria visão.
Para o primeiro, o serviço significava dor e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e lhe fazia mal.
O segundo pedreiro manifestou indiferença. Estava conformado mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o fazia por obrigação.
Já o terceiro pedreiro tinha a consciência da importância do que fazia. Desempenhava a função com orgulho e satisfação. Tinha o sentimento elevado de participar de uma grande realização, o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade!

Ética


Certo dia, a Ética desceu do Olimpo sob a forma de uma linda mulher e dirigiu-se a um reino poderoso. Todos, ao vê-la a distância, ficavam maravilhados, mas à medida que se aproximava, fechavam-lhe as portas.
A Ética tentava comunicar-se, mas em vão: ninguém queria defrontar-se com ela. Bastava sua visão longínqua.
Finalmente, acabrunhada, ao retirar-se, encontrou a Verdade, que se espantou com a sua profunda tristeza:
- Que foi, minha irmã? O que tanto a magoou?
- Cheguei em missão de paz, mas ninguém quis receber-me – disse a Ética, não entendendo as razões porque foi rejeitada.
- Olhe-me de frente! – disse-lhe a Verdade. – Ninguém, nem mesmo você, minha cara Ética, foi capaz de perceber: nós somos espelhos. As pessoas têm medo de se verem refletidas em nós.

Só é necessário um pouco de motivação


Gosto muito de uma história que o falecido Dr. Ken McFarland gostava de contar. Um homem, que trabalhava das 16 horas até a meia-noite, costumava ir a pé para casa após o expediente. Certa noite, a Lua estava tão clara que ele resolveu cortar caminho pelo cemitério, poupando-se de uma volta de uns 800 metros. Como não houve nenhum incidente, ele passou a fazer isso regularmente, sempre seguindo o mesmo caminho. Uma noite, enquanto atravessava o cemitério, ele não percebeu uma cova que havia sido aberta durante o dia e caiu dentro dela. Imediatamente, ele começou a fazer um esforço desesperado para sair dali. Suas tentativas fracassaram e, depois de alguns minutos, ele decidiu relaxar e aguardar até o dia amanhecer para que alguém o ajudasse a sair.
Ele sentou-se em um canto e estava quase adormecendo quando um bêbado também caiu dentro da cova. Sua chegada despertou o trabalhador, porque o bêbado tentava desesperadamente sair, agarrando-se nas laterais da cova. Nosso herói esticou o braço, tocou a perna do bêbado e disse:
- Amigo, você não pode sair daqui...
Mas o bêbado saiu!
Isso é que é motivação!

A cansada ex-professora se aproximou do balcão do supermercado. Sua perna esquerda doía e ela esperava ter tomado todos os comprimidos do dia: para pressão alta, tonteira e um grande número de outras enfermidades.
"Graças a Deus eu me aposentei há vários anos" – ela pensou. "Não tenho energia para ensinar hoje em dia".
Imediatamente antes de se formar a fila para o balcão, ela viu um rapaz com quatro crianças e uma esposa, ou namorada, grávida. A professora não pode deixar de notar a tatuagem em seu pescoço.
"Ele esteve preso" – pensou.
Continuou a observá-lo. Sua camiseta branca, cabelo raspado e calças largas levaram-na a conjecturar:
"Ele é membro de alguma gangue".
A professora tentou deixar o homem passar na sua frente.
- Você pode ir primeiro – ofereceu.
- Não, a senhora primeiro – ele insistiu.
- Não, você está com mais gente – disse a professora.
- Devemos respeitar os mais velhos – defendeu-se o homem.
E, com isto, fez um gesto largo indicando o caminho para a mulher.
Um breve sorriso adejou em seus lábios enquanto ela mancou na frente dele. A professora que existia dentro dela não pode desperdiçar o momento e, virando-se para ele , perguntou:
- Quem lhe ensinou boas maneiras?
- A senhora, Sra. Simpson, na terceira série.

Mamãe sabe tudo


No início da década de 1980, eu era gerente de vendas de uma grande companhia de treinamento. Uma das minhas responsabilidades era treinar pessoas na área de vendas. Eu era bom no meu trabalho. Ensinava às pessoas que falta de tempo e de oportunidade eram apenas desculpas por não se ter produzido resultados.
Minha mãe, que morava perto de mim, é uma imigrante grega que vem de uma família de 12 filhos. Ela estudou apenas até o 3° ano primário. Sua grande provação ao vir para seu novo país era estar separada dos amigos e dos parentes, alguns dos quais também vieram, mas a cidade era grande e eles moravam muito distante. O ponto alto de cada semana era o domingo, quando ela enfrentava um trajeto de uma hora de ônibus para ir até a igreja. Depois do culto, enquanto tomava uma xícara de café grego, ela e as amigas conversavam sobre os últimos acontecimentos, fofocavam e contavam histórias sobre suas famílias. Ela fez isso durante trinta anos.
A população grega da nossa região cresceu o suficiente para que se pensasse em construir uma nova igreja no nosso bairro. Os membros do comitê decidiram levantar o capital inicial vendendo bilhetes de uma rifa. Minha mãe agarrou a chance de participar. Ela não tinha treinamento formal na arte de vendas, mas isso nunca passou pela sua cabeça. Seu plano era simples: oferecer bilhetes para o maior número de pessoas possível e fazê-las sentir-se culpadas se não comprassem.
Foi aí que eu entrei em cena. Ela disse que eu era muito importante e que devia conhecer muitas pessoas. Deu-me dez talões com dez bilhetes cada, com o preço unitário de um dólar, fazendo um total de cem dólares. Uma semana depois, eu apareci com apenas metade dos bilhetes vendidos. Grande erro!
– Se pelo menos eu tivesse mais tempo, eu poderia vender todos estes bilhetes que você me deu – eu disse à minha mãe. – Eu simplesmente não tenho tempo.
– Conversa fiada (pelo menos foi o equivalente em grego para conversa fiada). Ou você faz uma coisa ou tem um monte de desculpas para dizer por que não fez – minha mãe disparou de volta. – Você arranjou tempo para jantar fora, assistir televisão, correr e ir ao cinema. O que o tempo tem a ver com isto? Nada! Você pensa que é tão esperto com todo o seu estudo e seu emprego importante, mas não consegue nem mesmo dizer a verdade.
Depois de falar todas essas verdades, ela começou a chorar. Fiquei desolado. Concordei, na hora, em comprar o resto dos bilhetes. Ela parou de chorar imediatamente e disse:
– Quando você quiser alguma coisa, faça qualquer coisa para conseguir, até mesmo chorar. – Sorriu e continuou: – Eu sabia que, se chorasse, iria funcionar com você, e por ser tão patético com suas desculpas aqui estão mais dez talões. Agora vá e venda todos.
Como gerente de vendas, eu perdia feio para minha mãe.
Ela continuou, demonstrando que não arranjando desculpas poderia produzir resultados extraordinários. Ela conseguiu vender mais do que qualquer outro voluntário, fazendo uma média de 14 por 1. Vendeu sete mil bilhetes. Sua ameaça mais próxima foi um vizinho que vendeu quinhentos.
Aprendi um novo nível de distinção entre tempo e resultados. Eu sempre quis ter o meu próprio negócio, mas dizia constantemente que não era a melhor hora e que não tinha dinheiro. Porém, eu continuava a ouvir a voz da minha mãe na minha cabeça: "Ou você faz uma coisa ou tem um monte de desculpas para dizer por que não fez".
Seis meses depois, saí do meu emprego e comecei o meu próprio negócio, treinando as pessoas em como administrar o tempo. Que outro campo eu poderia ter escolhido?

Trabalho importante


Os últimos passageiros a embarcar no avião que saía de Seattle para Dallas foram uma mulher e três filhos. "Tomara que não sentem ao meu lado", pensei. "Tenho um trabalho importante a fazer". Um minuto depois, um menino de onze anos e uma menina de nove passavam por cima de mim, enquanto a mãe e um menino de quatro anos sentavam no banco atrás do meu. Imediatamente as crianças maiores começaram a reclamar do pequeno, que dava chutes intermitentes no assento. A cada dois minutos, o menino perguntava à irmã "Onde é que nós estamos agora?" "Cale a boca!", ela respondia invariavelmente, e seguiam-se choramingos e reclamações.
"As crianças não têm noção do que é trabalho", pensei, num silencioso ressentimento com a situação. Então uma voz interior, alta e clara, disse simplesmente: Ame as crianças. "Não tenho tempo para perder com esses fedelhos, tenho um trabalho importante a fazer", retruquei. A voz respondeu apenas: Ame-os como se fossem seus filhos.
Ouvindo pela enésima vez "Onde-é-que-nós-estamos-agora?", deixei o trabalho de lado e peguei o mapa de vôos da companhia, encartado na revista de bordo.
Expliquei detalhadamente nossa rota, dividindo os trechos em quartos de hora, e fiz uma estimativa da hora de chegada em Dallas.
Logo eles estavam me contando sobre a viagem a Seattle, para visitar o pai que estava no hospital. De conversa em conversa, eles perguntavam sobre aviação, navegação, tecnologia e pontos de vista dos adultos sobre a vida. O tempo passou rapidamente e meu trabalho "importante" não foi feito.
Pouco antes da aterrissagem, perguntei o que o pai deles fazia em Seattle. Ficaram em silêncio. Depois de uma pausa, o menino disse apenas:
- Ele morreu.
- Oh, sinto muito.
- É, eu também. Mas estou mais preocupado com meu irmãozinho. Está muito difícil para ele.
De repente me dei conta do que era o trabalho mais importante a fazer: viver, amar e crescer, apesar da dor. Quando nos despedimos em Dallas, o menino apertou minha mão e agradeceu por ter sido seu "professor de bordo". E eu agradeci por ele ter sido o meu.

Crise e oportunidade


Um homem vivia na beira da estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio e, por deficiência de visão, não podia ler jornais. Em compensação, vendia bons cachorros-quentes.
Colocou um cartaz na beira da estrada, anunciando a mercadoria, e ficou por ali gritando quando alguém passava: "Olha o cachorro-quente especial!!!"
E as pessoas compravam. Com isso, aumentou os pedidos de pão e salsicha, e acabou construindo uma mercearia. Então, ao telefonar para o filho que morava em outra cidade e contar as novidades, o filho disse:
- "Pai, o senhor não tem ouvido rádio? Não tem lido jornais? Há uma crise muito séria e a situação internacional é perigosíssima!"
Diante disso, o pai pensou:
- "Meu filho estuda na universidade! Ouve rádio e lê jornais... portanto, deve saber o que está dizendo!"
Então, reduziu os pedidos de pão e salsichas, tirou o cartaz da beira da estrada, e não ficou por ali apregoando os seus cachorros-quentes. As vendas caíram do dia para a noite e ele disse ao filho:
- "Você tinha razão, meu filho, a crise é muito séria!"

O que é um sábio?


O abade Abraão soube que perto do mosteiro de Sceta havia um sábio. Foi procurá-lo e perguntou:
"Se hoje você encontrasse uma bela mulher em sua cama, conseguiria pensar que não era uma mulher?"
"Não", respondeu o eremita. "Mas conseguiria me controlar".
O abade continuou:
"E se descobrisse moedas de ouro no deserto, conseguiria ver este ouro como se fossem pedras?"
"Não. Mas conseguiria me controlar para deixá-lo onde estavam".
"E se você fosse procurado por dois irmãos, um que o odeia, e outro que o ama, conseguiria achar que os dois são iguais?"
Com tranqüilidade, ele respondeu:
"Mesmo sofrendo, eu trataria o que me ama da mesma maneira que o que me odeia".
Naquela noite, ao voltar para o mosteiro de Sceta, Abraão falou aos seus noviços:
"Vou lhes explicar o que é um sábio. É aquele que, em vez de matar as suas paixões, consegue controlá-las".

sábado, 12 de maio de 2012

A força da solidariedade


Conta-se que um poeta estava, um dia, passeando ao crepúsculo em uma floresta, quando, de repente, surgiu diante dele uma aparição do maior dos poetas. O grande poeta disse ao apavorado poeta que o destino estava sorrindo para ele e que ele tinha sido escolhido para conhecer os segredos do Céu e do Inferno. O grande poeta transportou-se então, junto ao poeta, ainda apavorado com experiência tão súbita, ao velho e mítico rio que circundava aquela região. Entraram em uma canoa e o grande poeta instruiu o poeta para remar até o Inferno. Quando chegaram, o poeta estava algo surpreso por encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam antes, e não feito de fogo e enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas exalando fogo, como ele pensava.
O grande poeta pegou o poeta pela mão e levou-o por uma trilha. Logo o poeta sentiu, à medida que se aproximava de uma barreira de rochas e arbustos, o cheiro de um delicioso ensopado. Junto com o cheiro, entretanto, vinham misteriosos sons de lamentações e ranger de dentes. Ao contornar as rochas, deparou com uma cena incomum. Havia uma grande clareira com muitas mesas grandes e redondas. No meio de cada mesa, havia uma enorme panela contendo um ensopado, cujo cheiro o poeta havia sentido, e cada mesas estava cercada de pessoas definhadas e famintas. Cada pessoa segurava uma colher com a qual tentava comer o ensopado. Devido ao tamanho da mesa, entretanto, e por serem as colheres compridas de forma a alcançar a panela no centro, o cabo das colheres era duas vezes maior que os braços das pessoas. Isso tornava impossível para qualquer daquelas pessoas colocarem a comida na boca. Havia muita luta e imprecações enquanto cada uma tentava desesperadamente pegar pelo menos uma gota do ensopado.
O poeta ficou muito abalado com aquela cena, fechou os olhos e suplicou ao grande poeta que o tirasse dali. Em um momento, eles estavam de volta à canoa e o grande poeta mostrou ao poeta como chegar até o Céu. Quando chegaram, o poeta surpreendeu-se novamente ao ver uma cena que não correspondia às suas expectativas. Aquele lugar era quase exatamente igual ao que eles tinham acabado de sair. Não havia grandes portões de pérolas nem bandos de anjos a cantar. Novamente o grande poeta conduziu-o por uma trilha aonde o cheiro de comida vinha de trás de uma barreira de rochas e arbustos. Desta vez, entretanto, eles ouviram cantos e risadas quando se aproximaram. Ao contornarem a barreira, o poeta ficou muito surpreso de encontrar um quadro idêntico ao que eles tinham acabado de ver no inferno; grandes mesas cercadas por pessoas com colheres de cabos, grandes também, e uma grande panela de ensopado no centro de cada mesa. A única e essencial diferença, entre aquele grupo de pessoas e o que eles tinham visto no inferno, era que as pessoas neste grupo estavam usando sua colheres para alimentar uns aos outros.

História de dois pescadores


O primeiro pescador:
Este pescador vai à pesca, leva uma rede e lança-a ao mar. Na altura certa, puxa a rede e o que vem nela? Peixes, algas, lixo do mar e outras coisas.
O que faz este pescador?
Ele só tira os peixes e deixa o resto na rede. São coisas pequenas, tão insignificantes!
Quando o pescador for lançar novamente a rede ao mar, ela ainda está toda suja, pegajosa, pesada e até cheira mal! Isso vai atrasar a pesca. A confusão é tanta que os próprios peixes quase nem entram na rede.
Na altura em que o pescador puxa a rede do mar para tirar o peixe, ele só vê muita confusão. Não vê peixe nenhum. Ele fica muito chateado, deixa a rede no mar e vai para casa sem peixe. A única solução para ele é comprar uma rede nova.
O segundo pescador:
Este pescador também vai à pesca, lança a rede ao mar, tal e qual como o outro pescador. Na altura de puxar, ele tem o mesmo tipo de peixe, de algas e de lixo.
Mas o que é que ele faz?
Ele tira os peixes e depois também limpa a rede, tirando também todas as algas e lixo. Por vezes, até são coisinhas pequenininhas, sem importância alguma, mas ele limpa a rede.
O que é que acontece?
Sempre que este pescador vai à pesca é fácil para ele. Ele só lança a rede e já está!
Ela está sempre pronta para ser usada. Ele chega a casa com o peixe para vender, tem muito lucro e supre as necessidades da sua família.

O quadro

Um homem havia pintado um lindo quadro.
No dia de apresentá-lo ao público, convidou todo mundo para vê-lo.
Compareceram as autoridades locais, fotógrafos, jornalistas, e muita gente, pois o pintor era muito famoso e um grande artista. 
Chegado o momento, o pano que encobria o quadro foi retirado. 
Houveram calorosos aplausos.
Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa.
O Cristo parecia vivo.
Com o ouvido junto à porta, Ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia.
Houveram discursos e elogios.
Todos admiravam aquela obra de arte.
Um observador curioso porém, achou uma falha no quadro: a porta não tinha fechadura.
E foi perguntar ao artista :
- Sua porta não tem fechadura ! Como se fará para abri-la ?
- É assim mesmo, respondeu o pintor, esta é a porta do coração humano. Só se abre do lado de dentro.

Pagando o preço devido


Nixivan havia reunido seus amigos para jantar e estava cozinhando um suculento pedaço de carne. De repente, percebeu que o sal havia terminado.
Nixivan chamou seu filho:
- Vá até a aldeia e compre sal. Mas pague um preço justo por ele: nem mais caro, nem mais barato.
O filho ficou surpreso:
- Compreendo que não deva pagar mais caro, pai. Mas, se puder barganhar um pouco, por que não economizar algum dinheiro?
- Numa cidade grande, isto é aconselhável. Mas, numa cidade pequena como a nossa, toda a aldeia perecerá.
Quando os convidados, que tinham assistido à conversa, quiseram saber por que não se devia comprar o sal mais barato, Nixivan respondeu:
- Quem vender o sal abaixo do preço, estará agindo porque precisa desesperadamente de dinheiro. Quem se aproveitar desta situação, estará mostrando desrespeito pelo suor e pela luta de um homem que trabalhou duro para produzir algo.
- Mas isso é muito pouco para que um aldeia seja destruída.
- Também no início do mundo, a injustiça era pequena. Mas cada um acrescentava alguma coisa a mais, sempre achando que aquele pouquinho não tinha muita importância, e vejam aonde terminamos chegando hoje.

A cobra e o vagalume

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...
No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...
- Pertenço a sua cadeia alimentar?
- Não.
- Te fiz alguma coisa?
- Não.
- Então por que você quer me comer ?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR...

Pense nisso e selecione as pessoas em quem confiar.

As maçãs de Adam


Uma tarde, meu filho chegou em casa, voltando da escola e me perguntou:
-- As pessoas são todas iguais mesmo que sua pele seja de cor diferente?
Pensei durante um momento, então eu disse:
-- Vou lhe explicar, se você puder esperar por uma parada rápida na mercearia. Tenho algo interessante para mostrar-lhe.
Na mercearia, eu falei que precisávamos comprar maçãs.
Fomos à seção de frutas onde compramos algumas maçãs vermelhas, maçãs verdes e maçãs amarelas.
Em casa, enquanto colocávamos as maçãs na fruteira, eu falei ao Adam:
-- Agora eu posso responder sua pergunta.
Coloquei uma maçã de cada tipo sobre a mesa: primeiro uma maçã vermelha, seguida por uma maçã verde e então uma maçã amarela. Então olhei para Adam, que estava sentado no outro lado da mesa e falei:
-- Adam, as pessoas são como essas maçãs. Todas têm cores,formas e tamanhos diferentes. Veja, algumas maçãs levaram algumas batidas e estão machucadas. Por fora não podemos garantir que estão tão deliciosas quanto as outras.
Enquanto eu estava falando, Adam estava examinando cada uma delas, cuidadosamente. Então, tomei cada uma das maçãs, as descasquei e recoloquei sobre a mesa, mas em lugares diferentes e perguntei:
-- Tá bom, Adam, diga-me qual é a maçã vermelha, a maçã verde e a maçã amarela.
E ele disse:
-- Eu não posso falar. Agora elas me parecem todas iguais.
-- Dê uma mordida em cada uma.
Veja se isso lhe ajuda a descobrir qual é qual.
Deu grandes mordidas, e então um sorriso enorme estampou em seu rosto quando me disse:
-- As pessoas são como as maçãs!
São todas diferentes, mas do lado de fora. Por dentro são as mesmas.
-- Certo!, concordei. Cada pessoa tem sua própria personalidade mas são, basicamente, iguais.
Ele entendeu totalmente. Eu não precisei dizer nem fazer qualquer coisa mais. E agora, quando mordo numa maçã, sinto um sabor um pouco mais doce do que antes.

domingo, 6 de maio de 2012

O turista


Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? - perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:
- E onde estão os seus?
- Os meus?! - surpreendeu-se o turista - Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também. - concluiu o sábio.

O empurrão


A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho.
Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? - Pensou ela.
O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar?
Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final o empurrão.
A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida.
Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor.
Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram!
Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Como mudar o mundo


Eis o que conta, de si mesmo,
o sufi Bayazid: "Na juventude,
eu era um revolucionário e assim rezava:
‘Dai-me energia, ó Deus, para mudar o mundo!’
Mas notei, ao chegar à meia-idade,
que metade da vida já passara
sem que eu tivesse mudado homem algum.
Então, mudei minha oração, dizendo a Deus:
‘Dai-me a graça, Senhor, de transformar os que
vivem comigo dia a dia,
como minha família e meus amigos;
com isso já ficarei satisfeito...’
Agora que sou velho e tenho os dias contados,
percebo bem quanto fui tolo assim rezando.
Minha oração, agora, é apenas esta:
‘Dai-me a graça, Senhor, de mudar a mim mesmo.’
Se eu tivesse rezado assim, desde o princípio,
não teria esbanjado minha vida."

A mula


Uma mula, folgadona devido à ausência de trabalho e por causa da grande quantidade de milho que recebia, galopava de um lado para o outro de um modo arrogante. Vaidosa e muito confiante, dizia para si mesmo:
- Meu pai com certeza era um valoroso e belo raça pura. Eu sou sua própria imagem em velocidade, resistência, espírito e beleza.
Pouco tempo depois, sendo levado a uma longa jornada como burro de carga, e sentindo-se muito cansada, exclamou em tom desconsolado:
- Acho que cometi um erro. Meu pai, afinal de contas, deve ter sido apenas um simples asno.
Moral da História:
Ao desejarmos ser o que não somos, estamos plantando em nós a semente da frustração.

A Santa Ceia


Diz uma lenda referente à pintura da Santa Ceia, ou "A Última Ceia de Jesus com seus Apóstolos", que ao conceber este quadro, Leonardo da Vinci deparou-se com uma grande dificuldade: precisava pintar o bem – na imagem de Jesus e o mal – na figura de Judas, o amigo que resolvera traí-lo durante o jantar.
Em função disso, interrompeu o trabalho no meio, até que conseguisse encontrar os modelos ideais.
Certo dia, enquanto assistia um coral, viu em um dos cantores a imagem perfeita de Cristo. Convidou-o para o seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços.
Passaram-se três anos. "A Última Ceia" estava quase pronta - mas da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas. O cardeal, responsável pela igreja, começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural.
Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta.
Imediatamente pediu aos seus assistentes que o levassem até a igreja.
Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé.
Quando terminou, o jovem – já um pouco refeito da bebedeira – abriu os olhos e notou a pintura à sua frente.
E disse numa mistura de espanto e tristeza:
– Eu já vi este quadro antes!
– Quando? – perguntou um surpreso da Vinci.
Há três anos, antes de eu perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus.
O Bem e o Mal têm a mesma face! Tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Paciência

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem. 
Ela disse: 
- Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador.. 
- Um bonito garoto - respondeu o homem, e completou: - Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha. 
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha. 
- Melissa, o que você acha de irmos? 
- Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos! 
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração 
Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha: 
- Hora de irmos, agora? 
Mas, outra vez Melissa pediu: 
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos! 
O homem sorriu e disse: 
- Está certo! 
- O senhor é certamente um pai muito paciente, - comentou a mulher ao seu lado. 
O homem sorriu e disse: 
- O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando andava de bicicleta aqui perto. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar... 
Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas? 
Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!